Bastou um olhar,
pr’eu adentrar em teu rio-alma
e ficar ilhado em tua amêndoa.
Cativo no indefinido.
Bem no centro:
por onde desliza toda cor que vês.
Bastou outro olhar,
pr’eu banhar-me nessas linhas espectrais,
escorregar nesse corte verde-gaio,
e inclinar-me para todas as margens
do teu rio maior que o mar.
Bastou um querer,
pr’eu volver para o lado mais doce
e ficar preso em tuas celhas negras
que me trancaram entre pálpebras.
Bastou um sentir,
pro rio então se converter salgado
e formar-se uma correnteza inflamada
que carregou-me consigo para fora,
fazendo-me deslizar pelo teu rosto
e dessalgar em tua boca.
Naveguei em teu rio-alma.
E me bastou.
3 comentários:
bonito, apaixonado, cativante...
o certo poema que se declama sob a lua...
beijos...
Lindo poema!
Tava passando e achei aqui tanta leveza!
Voltarei sempre...
Beijo doce!
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